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O início...

  Aos vinte e sete dias do mês de Novembro de mil novecentos e sessenta e nove realizou-se a primeira reunião da Obra Vicentina de Auxilia aos Reclusos (O.V.A.R.), tendo presidido o confrade Fernando de Almeida com a presença dos confrades Fernando Abeilhard, Afonso Rocha, Mário Praça e Eduardo Vale. Feita a invocação do Espírito Santo o presidente disse que no prosseguimento das várias reuniões de estudo para a organização da O.V.A.R., cuja criação havia sido posta aos confrades da Conferência de S. Dimas na sessão de estudo, que antecedeu o jantar de confraternização do Dia Vicentino, tendo merecido a aprovação unânime dos presentes, e uma vez submetido, particularmente ao Conselho Central, o projecto do seu regulamento, que mereceu a aprovação do mesmo, e que iria ser enviado, oficialmente ao referido Conselho Central, era com prazer que podia, finalmente, ver realizada e reorganização da Conferência de S. Dimas, tanto ambicionada, sendo esta, portanto, a primeira reunião da O.V.A.R..

  Foi apresentado o novo secretário, o confrade Eduardo Vale, que veio substituir o confrade José Pinto de Mesquita, que havia pedido escusa desse cargo.

  Como na sessão anterior de estudo havia sido escolhida a mesa da Direcção da O.V.A.R., foi apresentada a sua constituição, como segue:

            Presidente – Fernando Moreira de Almeida

            Vice-Presidente – Fernando Abeilhard T. Nunes

            Secretário – Eduardo Vale

            Tesoureiro – Mário Camões Praça

  De harmonia com o regulamento da O.V.A.R. ficou fazendo parte da mesa o confrade Afonso Rocha, como presidente da conferência agregada de S. Dimas, actuando na Cadeia Civil do Porto e Brigada de Custóias. As conferências de casais e os vicentinos da Colónia Penal de Santa Cruz do Bispo estão automaticamente representados pelo presidente e vice-presidente da mesa, respectivamente, Fernando de Almeida e Fernando Abeilhard.

  Seguidamente passou-se ao expediente. Foram trocadas impressões sobre a campanha de Natal, ficando resolvido que à semelhança do ano anterior o presidente contactasse com a União a fim de em conjunto se fazer a celebração do Natal em todos os estabelecimentos prisionais a nosso cargo. Mais ficou resolvido que o programa será o mesmo do ano anterior, o que implicava da parte da O.V.A.R. a angariação de bolos, vinho e tabaco, assim como a expedição das cartas de pedido de auxílio aos benfeitores da Obra. O presidente apresentou um modelo da carta a ser escrita digo enviada a cerca de mil entidades comerciais e industriais apelando para a sua generosidade, para a manutenção desta obra. Depois de apreciado e aprovado o seu texto, foi resolvido suspender o seu envio até ocasião mais propícia, dado que todas as empresas pela altura do Natal, estão assoberbadas com pedidos desta natureza.

  Foi também abordado o caminho a dar aos constantes pedidos de óculos e com vista a aliviar a extrema generosidade do confrade Adão, que nunca se nega ao aviamento de qualquer receita. O presidente informou a este respeito, que abordado esse assunto ao assistente social da Colónia Penal de Santa Cruz do Bispo, tinha ficado assente que todos os pedidos daquela Colónia seriam previamente submetidos à sua apreciação e informação. Quanto aos outros estabelecimentos prisionais e dado que na Cadeia Civil do Porto os reclusos não auferem qualquer remuneração, os seus pedidos deverão ser atendidos como de costume. O presidente lembrou a conveniência de ser registado por cada vicentino a conveniência, digo, oferta de óculos.

  O confrade A. Rocha ficou encarregado do assunto da distribuição dos filmes.

  Foi marcada a próxima reunião para o dia dezoito de Dezembro, pelas dezoito horas e trinta minutos. Depois de ser feita a oração ritual foi encerrada esta reunião.

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